Ator compara 'jogo mental de andar no cabo de aço e atuar'.
Ele interpreta francês que atravessou as Torres Gêmeas.
Joseph Gordon-Levitt não tem medo de altura, o que veio a calhar quando o ator recebeu a tarefa de recriar a audaciosa caminhada do francês Philippe Petit em um cabo de aço entre as Torres Gêmeas de Nova York em 1974 no filme “A Travessia”.
O ex-astro infantil da série “3rd Rock from the Sun”, de 34 anos, conversou com a Reuters sobre a preparação para o filme e sobre as semelhanças insuspeitas entre caminhar na corda bamba e atuar.
Reuters - Você já falava um pouco de francês e tinha feito ginástica quando era garoto. No filme você não somente caminha em um cabo de aço, mas faz malabarismos e anda de uniciclo. Como foi o treinamento?
Gordon-Levitt - Philippe (Petit) insistiu em ser o primeiro a me ensinar a andar no cabo. Nem todo mundo que é bom em uma coisa é sempre bom para ensiná-la, mas ele acabou sendo um professor excelente. Ele me convenceu de que eu era capaz de fazê-lo, e quando acreditei, consegui. O treinamento durou vários meses. Adoro um desafio. Adoro tentar fazer algo que é difícil, torna aquilo gratificante para mim.
Descobri que há uma certa sobreposição entre o jogo mental de andar no cabo e atuar. Quando você está andando no cabo não pode pensar ‘uau, realmente é bem alto, posso cair’. Você tem que simplesmente fixar os olhos no final do cabo e tirar todo o resto da cabeça.
Há uma semelhança com a atuação. Quando você está fazendo uma cena e estão filmando, não pode ficar pensando no que as pessoas vão achar do filme. Tem que tirar tudo isso da cabeça e estar presente.
Reuters - O filme também parece uma declaração de amor às Torres Gêmeas de Nova York.
Gordon-Levitt - Quando qualquer um de nós vê imagens das torres do World Trade Center, nossa mente vai imediatamente para a tragédia. Eu estava em Nova York no 11 de setembro (de 2001) e lembro muito bem. Mas com qualquer perda trágica, também é bom lembrar as coisas positivas, as lembranças bonitas que você tem. É como estar de luto por um ente querido que se perdeu. Você não deve só se concentrar na morte, deve comemorar sua vida, e foi isso que quisemos fazer com esse filme e com as Torres Gêmeas.
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