segunda-feira, 20 de abril de 2015

Cunhada de Vaccari nega ter recebido propina e explica viagem ao Panamá

Marice Corrêa de Lima, cunhada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, prestou depoimento à Polícia Federal em Curitiba, nesta segunda-feiraCURITIBA — A cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Marice Corrêa de Lima, negou ter recebido R$ 400 mil do doleiro Alberto Youssef a título de propina para abastecer os cofres da legenda. De acordo com o seu advogado, Cláudio Pimentel, em duas horas de depoimento à Polícia Federal (PF), Marice disse que todas as transações feitas por ela foram legais e afirmou ter ido ao Panamá em um congresso sindical. Presa desde a última sexta-feira, a cunhada de Vaccari é acusada de lavar dinheiro desviado da Petrobras.
Na quarta-feira passada, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os julgamentos das ações da Operação Lava-Jato, decretou as prisões de Vaccari (preventiva) e de Marice (temporária) por suspeita de integrar um esquema de lavagem de dinheiro usado para pagar propina a partidos políticos. Vaccari foi preso no mesmo dia, mas Marice só se entregou à PF dois dias depois, na sexta-feira.
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À PF, a cunhada de Vaccari afirmou que estava no Panamá em viagem profissional e voltou assim que soube do pedido de prisão. Na segunda semana de abril, às vésperas da Cúpula dos Povos, Marice participou do Fórum Sindical das Américas, organizado pela Confederação Sindical das Américas (CSA) no Panamá. A cunhada de Vaccari é funcionária da CSA e uma das responsáveis pela organização financeira da entidade.
O GLOBO apurou que o fórum ocorreu apenas no dia 9 de abril. Marice, segundo um representante da CSA ouvido pela reportagem, ficou responsável pelo pagamento das hospedagens e diárias de todos os membros da CSA presentes no Panamá. Ele confirmou que a dirigente sindical participou de reuniões, mas disse que não ter como explicar porque ela ficou no Panamá mais de uma semana após o término do encontro:
— Há reuniões paralelas ao encontro que não estão na agenda oficial — afirmou ao GLOBO um sindicalista que esteve no Panamá.
A cunhada de Vaccari teve seu nome citado nas primeiras fases da Operação Lava Jato, em 2014. A PF suspeita que ela e outros parentes de Vaccari tenham sido usados para lavar dinheiro do esquema de corrupção da Petrobras.


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