segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Slipknot faz show aterrorizante e explosivo em São Paulo

O público esperava o mesmo setlist do show no Rock In Rio, que aconteceu na última sexta-feira (25). No  festival, o grupo de metal foi o mais aguardado da noite. Enquanto isso, em plena Arena Anhembi, os fãs estavam prontos para recebê-lo, ansiosos e apreensivos. Muitos – eu disse, muitos – usavam camisetas com a imagem dos álbuns recentes e antigos da banda.
Em 2011, o Slipknot fez uma grande abertura para o Metallica. Agora, provaram com categoria que são grandes o suficiente para serem a atração principal da noite.
Antes do headliner, Mastodon entrou ao palco pontualmente às 19h00. Porém, foram recebidos sob uma forte tempestade, que resultou em apenas 7 músicas tocadas – haviam sido previstas 15. Abrindo com “Tread Lightly” e fazendo, em seguida, versões pesadas de “Chimes at Midnight” e “Blasteroid”, a banda saiu do palco com apenas 30 minutos de show, encerrando com “Aqua Dementia”. A equipe técnica entrou às pressas no palco, retirando os equipamentos e os integrantes, enquanto outros profissionais secavam o chão. O público se assustou e não compreendeu o súbito, mas se despediu da banda com uma bonita e irreverente salva de palmas.
Cerca de 40 minutos depois, a chuva diminuiu e parou por completo. Os fãs já estavam eufóricos, à espera de qualquer ruído vindo do palco.
Com início previsto para as 20h30, as luzes se apagaram às 20h36, mantendo apenas um led azul em torno do palco e nos olhos de uma grande criatura. O cenário era composto por uma besta no centro, imitando uma cabeça de Demônio. Em seu entorno, haviam caveiras em composições sombrias. Um verdadeiro show de horrores.
A apresentação começa com “XIX”. Todos os integrantes entram no palco, com exceção de Corey Taylor, que inicia a música fora. Todos acompanham juntos, até que o vocalista surge e emenda em “Sarcastrophe”, que traz chamas de fogo reais logo abaixo da cabeça de besta centrada. Chris Fehn e Shawn Crahan, os percussionistas, iniciam sua performance, cada um em uma extremidade do palco: giros e elevação de instrumentos. O público vai ao delírio.
slipknot
Foto: Camila Cara
O tempo todo, Corey interage com a plateia, agradecendo efusivamente e chamando a todos de “família”. Enaltecendo os paulistanos, diz: “Até agora, posso lhes afirmar uma coisa: essa plateia é MAIS barulhenta do que qualquer outra que tenha estado no Rock in Rio. Muito, muito, muito mais barulhenta…”. Suas palavras geraram um estrondo entre os fãs.
Na emoção de “The Devil and I”, as maiores chamas aparecem agora por todos os lados, laterais e centro. Quem pôde acompanhar mais de perto, sentiu a temperatura bem elevada próxima do palco, por conta das altas labaredas. O público corresponde fervorosamente, agitando, aplaudindo muito. Já em “AOV”, Taylor pega uma bandeira do Brasil, repleta de assinaturas que um fã joga no palco. Ele a abraça, beija e a deixa estendida em um dos amplificadores bem à frente – agradecendo todo o carinho que apenas os paulistanos têm.
Apesar do show ser dedicado ao álbum mais recente, clássicos como “Psychosocial”, “Before I Forget”, “Wait and Bleed” entraram para o setlist. “Vermilion”, que era muito aguardada, foi tocada na versão mais pesada, sob um jogo de luzes verde e rosa. Corey se localiza em frente à boca da Besta, criando um efeito ainda maior. Já em “Disasterpiece e “Duality”, vemos como o vocalista tem total domínio do público. Ele pedia para que todos iniciassem a música sem ele, e assim foi feito: “I push my fingers into my eyes…” e ele apenas ficava com os braços esticados, e todos seguiam sozinhos na letra, enquanto os músicos acompanhavam nos instrumentos.
Em seguida, Corey ousa dizer: “Posso estar errado, posso mesmo, mas esta plateia está entre as três que cantam mais alto em toda a história das apresentações do Slipknot. Mas vocês querem entrar para a história como a primeira colocada nessa lista? Vamos lá, quero ouvir no fundo do meu coração!”  A resposta não é diferente. O público domina por completo e Corey fica intacto, parado no centro. Ele eleva sua mão ao peito, agradecendo aos fãs.
Todos os integrantes trajavam um macacão preto com detalhes em vermelho, além é claro das famosas máscaras – a marca registrada da banda. Então, sempre que o fogo aparecia ao fundo, remetia a uma alegoria perfeita de um inferno, em que a grande cabeça ganhava “vida” conforme as luzes complementavam.
Finalmente, chega a hora do hit “Spit It Out”. Taylor pede para que todos se agachem e apenas se levantem ao seu comando: “Todos vão ficar abaixados até que eu mande pular… Todos vão ficar abaixados até que eu mande pular… Não até que eu diga… Ok?” Repete algumas vezes, até que surge o “JUMP!” e não dá outra. Unanimidade entre plateia, todos cumprem com muita força e energia o refrão da música transformando uma multidão em unicidade.
“Custer” inicia a primeira parte final do show e Corey pede para todos acompanharem a batida da bateria. Todos cumprem levantando as mãos fortemente. Com essa energia, fecham com um som pesado, guturais fortes, e encerram com Sid Wilson sozinho no palco.
Pouco mais de 2 minutos ausentes, todos retornam e o Sid não pára em “(SIC)”. “People = Shit” é a mais enérgica, sem dúvidas. Entre agradecimentos fervorosos, Taylor encerra com “Surfacing”, com uma iluminação bem pesada e fogos altos por todos os lados – além do famoso “finger middle” num último coral entre fãs e banda.
Lembrando que o nome do novo disco, “5: The Gray Chapter”, é uma referência ao ex-baixista Paul Gray, morto em 2010 – um dos fundadores do Slipknot. Em todos os shows, o Slipknot o cita e homenageia. Os nove integrantes fazem um agradecimento especial, e o público aplaude com muita emoção. Com duração de quase 1 hora e 40 minutos, o show contou com 15 músicas mais o “encore”. No total, foram 18 músicas, muito bem executadas.

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